Sobre a bagagem que trouxe comigo voltando pra casa!
Tudo foi muito corrido desde quando eu cheguei! Então agora vou contar sobre como foi voltar pra casa.
Eu chorei no aeroporto do Havaí (eu chorando? Que novidade, não?) E pior que não foi pensando na saudade que ia sentir do lugar, e sim imaginando como seria ao encontrar de novo as pessoas que eu amo.
Sei que parece que é exagero, sei que tem dia que quero sumir de perto de todo mundo, mas eu vi que realmente não nasci pra ficar longe de quem eu amo, não! E não, isso não significa que não gostei da viagem. Significa que foi só um dos diversos aprendizados que tive durante esse primeiro mês.
Muitas pessoas falam que depois que viajamos, nunca mais voltamos a ser a mesma pessoa. Que mudamos. Eu acho que a maior mudança, foi o autoconhecimento. Quero dizer que eu já era a pessoa que voltou de viagem. Eu só não sabia disso.
Um dia eu fui a menina que achava que liberdade era não ter ninguém ao lado. Era não ter que dar satisfação pra namorado, não ligar pra amiga. O que importava era o que eu queria fazer. Afinal sempre fui muito de lua.
Hoje, tenho orgulho em falar, que essa menina cresceu e mudou. E agora, em meio a tanta liberdade, ela prefere se prender. Se prender ao aconchego de casa, ao abraço de quem ama. Dar satisfação, com prazer. E saber que tem pessoas lado-a-lado para acompanhar cada fase da vida.
Voltei dando mais valor pra mim mesma. Pra minha inteligência e capacidade. Pro meu caráter e pro meu jeito. Voltei dando mais valor ainda pras coisinhas pequenas. Como um simples toque, um carinho, um abraço. Isso faz muita falta. Voltei apreciando mais ainda sentir o cheiro do almoço recém-colocado à mesa. Coisas simples.
Voltei sabendo que para o meu dia ser 100% feliz, as pessoas que eu amo também precisam estar feliz. Se não, pra mim não funciona. E não tem problema. Eu não preciso ser auto suficiente o tempo inteiro. Eu sou assim agora e eu gosto.
Outra coisa que observei, foi a forma com que lidei sobre a viagem, antes mesmo de ela começar. Parecia que eu ia ficar um ano, ou nunca mais voltar. E eu queria aproveitar todos os momentos que eu podia ao lado de quem amava.
Fazer coisas especiais, viagens, jantares, encontrar amigos. Com uma vontade e um esforço maior. Não ficar naquelas “vamos combinar” e não tirar a bunda da cama sabe? Na viagem, foi a mesma coisa. Eu queria aproveitar ao máximo, porque sabia que não teria tempo, nem data pra voltar.
E isso me fez pensar. Por que não viver a vida assim? Como se eu tivesse que aproveitar tudo, porque estou próxima de embarcar numa viagem? Ou porque estou numa viagem próxima de acabar? Afinal, se pensar bem, é isso que a vida é. Uma viagem, mas sem data marcada pra terminar.
O que pretendo lembrar é de aproveitar o que eu puder, o que eu quiser. Afinal, a única coisa que posso ter certeza é que o futuro é incerto.
Uma frase, que desde quando eu ouvi não saiu da minha cabeça e que pensei muito antes e durante a minha viagem, foi “tenha coragem e seja gentil”. Vi no filme novo da Cinderella, não sei se é uma frase da história original.
Mas é algo simples, que pra mim faz muito sentido. É preciso coragem pra ser feliz. Eu quero me entregar. Porque por mais que esteja aberta também a tristeza, estou dando abertura a uma felicidade maior que a normal.
E a gentileza, é aquela velha história. O que a gente dá, a gente recebe de volta. Quanto mais eu abro meu coração, mais caminhos bons se abrem pra mim.
Foi preciso muita coragem pra viajar sozinha. Pra deixar de lado quem eu amo. Pra conhecer pessoas novas. Viver numa cultura COMPLETAMENTE diferente. Pra perder a vergonha e perguntar, pedir informação. Pra confiar em mim. E sem gentileza e educação, a minha coragem não ia ter sido útil pra quase nada, eu não teria conseguido ir “longe”.
E acho que o mais importante, foi que aprendi a julgar menos os outros. Da mesma forma que temos nossos dias ruins, outras pessoas também têm. Ela tá com cara feia? Vai saber o que está se passando no mundo dela. Ninguém sabe. E agora eu prefiro pensar assim. Que por trás, tudo tem um motivo e razão, então, ao invés de viajar pensando coisas ruins, é melhor imaginar coisas boas.
Às vezes a pessoa não está te tratando da forma que você pensa que não merece porque ela não gosta de você. Às vezes ela simplesmente está com problemas e não tá sabendo lidar com isso. Tem hora que parece que é muito mais fácil virar as costas do que estender a mão pra ajudar. Mas passando por cima do orgulho quem sabe não ganhamos um amigo novo? E se não for isso, é simples. Apenas se afaste daquilo que te faz mal. Inclusive de pensamentos negativos.
E concluindo com outra parte de Cinderella… Não vejo o mundo como ele é, mas sim como poderia ser.
Muito obrigada para quem acompanhou o blog, ou leu alguns textos. Uma das coisas que mais gosto é poder me identificar com alguns livros, textos ou histórias. E foi muito gratificante virem comentar de alguns textos, coisas como “me identifiquei muito”, “me sinto assim também” e etc. Obrigada de verdade!
MAHALO E ALOHA! ❤