Sobre amizades, companhias e convivência

Se eu falasse que estou aqui aprendendo só inglês seria uma mentira enorme.

O que eu mais estou aprendendo na viagem, na verdade, está fora da sala de aula. Está dentro de mim. Quando você viaja, principalmente sozinha, se você olhar cuidadosamente pra cada coisinha, vai ver que muito mais que conhecer uma língua nova e um lugar diferente, você se conhece cada vez mais.

O tempo que você escolhe viajar muda tudo em diversos aspectos. Eu vim pra ficar um mês, um mês que apesar de passar muito devagar pra certas coisas, pra outras passa voando.

Uma das coisas que estava sendo mais difícil aqui era a companhia. Eu já falei que via lugares lindos e só queria estar com alguém que gosto de verdade compartilhando tudo aquilo.

“Então você não gosta das meninas que conheceu aí?” Claro que gosto! Mas é diferente.

Por ter pouco tempo de viagem, acabamos nos juntando com que mais tempos afinidade, mas isso não significa que você tem tudo a ver com a pessoa. É difícil criar intimidade com pouco tempo e muitas vezes convivemos com algumas coisas que não gostamos.

Só que é nessa hora que você se conhece.

Você começa a perceber o que te irrita, o que te incomoda. O que te faz feliz, o que te agrada. E mais do que isso, você tenta relevar. Você está mais aberto pra aceitar. Pelo menos eu estou tentando ser assim e sabe por quê?

Porque na hora que olho pra pessoa que tá do meu lado, antes de reclamar de alguma coisa do jeito dela, penso no meu jeito. Meu jeito que também está longe de agradar a todos. Meu jeito cheio de manias. Manias que também incomodam outras pessoas.

Você começa a aceitar o outro do seu lado, porque começa a se aceitar também. Olha pra você e enxerga seus defeitos. E tudo bem, porque isso faz parte de todos. E se eu estou sendo aceita, por que não aceitar a pessoa do meu lado também?

Pra viajar é preciso ter a cabeça aberta pra aceitar culturas totalmente diferentes. Pra aceitar que mesmo a pessoa do mesmo país que você vai ser diferente também. É saber, que às vezes vai ser difícil e você vai se irritar. E que às vezes também pode sofrer algum preconceito, por que não é todo mundo que consegue ter a mente e o coração aberto.

E é não deixar isso te afetar e mudar quem você é. A pessoa falou algo que eu não gostei? Tudo bem. Vou ser cuidadosa pra não fazer isso com alguém, porque não gostei quando fizeram comigo.

Às vezes conviver com família e amigos já é difícil, imagina com pessoas que você ainda está conhecendo?

Acho que o maior segredo da convivência é pensar “eu estou tratando tal pessoa da forma que eu gostaria de ser tratada?”. Se sim, ótimo. Se não, volte duas casas e reveja seus conceitos.

É saber respeitar o espaço do outro, mas respeitar o seu também. Se eu não estou num dia bom, simplesmente falo pras meninas que não estou bem e fico sozinha fazendo as minhas coisas, até passar. SE dar um tempo é importante.

O modo de falar também é essencial. Minha colega de quarto guarda comida dentro do quarto e eu estava muito incomodada, porque dentro do quarto ela também estava deixando lixo com comida e isso estava atraindo muitas formigas.

De forma educada, falei que estava levando o lixo lá pra fora e perguntei se podia levar o dela também. Ela mesma levou e nunca mais deixou lixo no quarto. Não foi uma situação nada constrangedora porque nos falamos de forma tranquila. Você não vai querer criar um clima ruim com alguém que vai viver ao seu lado.

Olhar para os pontos positivos é essencial. Ela tem essa mania de guardar a comida no quarto que me irritava, mas ganhou meu coração quando eu chorei ao lado dela, e ela me deu uma caixinha com lenço de papel e me olhou com a maior compaixão do mundo.

Se você olha para mundo de forma positiva, o mundo te olha dessa forma também.

ALOHA ❤

(estão falando que tá chegando um furacão, torçam pra ele não vir pra cá =( )

2 comentários

  1. Bia · agosto 7, 2015

    T amo! Q orgulho!

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